Bob nasceu nos Estados Unidos, filho de pais brasileiros, vivendo alguns anos naquele país. Com o retorno de seus pais ao Brasil, foi morar em Belo Horizonte.

Conheceu a região da Serra da Manti-queira por acaso, retornado de uma exposição na cidade de São Paulo se hospedou na casa de um amigo em Monte Verde, segundo ele foi paixão a primeira vista. Há onze anos ele comprou uma propriedade, que hoje possui 33 alqueires, onde funciona o Sítio Queda D’água. Como próprio nome já anuncia, lá há duas belas cachoeiras. "Elas eram meu sonho de consumo" – confessa Bob.

Quando ele lá chegou existiam apenas pastagens e matas de reflorestamento e como decidiu viver no local além de uma moradia precisava também de uma ocupação. Desenvolveu algumas atividades agrícolas, mas não demorou em descobrir na truticultura uma boa opção.

Depois de pesquisar a atividade decidiu tornar-se um produtor de alevinos (filhotes), a reprodução da truta é a fase mais complexa da criação, exige conhecimentos, tecnologia e investimento, pois o peixe não se reproduz naturalmente em cativeiro.

Esta complexidade é o maior obstáculo para o desenvolvimento da atividade em pequenas propriedades. Foi pensando nisso que Bob decidiu ser um produtor de alevinos, pois engordar o peixe é mais fácil. Como ele mesmo diz tão fácil como criar galinhas, desde que as condições com o manejo, qualidade da água e alimentação sejam bem observadas. "Todo tipo de criação requer cuidados, isso não é nenhuma novidade, e com a truta também é assim, é só cuidar direitinho que em pouco tempo você terá um alimento de qualidade e muito valorizado no fundo do quintal"- explica Bob.

O truticultor tem hoje cerca de 50 pequenos produtores como clientes, mas nem sempre foi assim. No começo fornecia alevinos apenas para tru-ticultores profissionais, que não conseguiam absorver toda sua produção, que chega a 400 mil unidades por ano.

Para conquistar os pequenos produtores como clientes Bob teve que fazer um trabalho militante, ensinado a cada um as técnicas de manejo e mostrando as vantagens econômicas da criação, bem como para própria alimentação da família. O resultado deste trabalho pode ser visto ao longo da estrada que liga o Sítio Queda D’água a cidade de Gonçalves. Em várias pequenas propriedades existem tanques onde são engordadas trutas, que trazem um incremento na renda familiar também e proporciona mais uma reserva de proteína animal.

Mas este esforço não conseguiu fazer escoar toda a produção de alevinos. A saída para Bob também foi a engorda de peixes, está sendo uma maneira importante para elevar a rentabilidade da propriedade. O Sítio Queda D’água produz em média 550 quilos de trutas por mês, que são vendidas vivas, para pesqueiros ou na propriedade, congeladas ou defumadas para hotéis e restaurantes da região. Em meses de férias ou com feriados a produção aumenta consideravelmente.

O Sítio Queda D’água também possui um restaurante, que funciona nos finais de semana onde é servida uma deliciosa truta grelhada, acompanha de uma grande variedade de saladas. As verduras e legumes são na maioria produzidas na propriedade de forma orgânica.